A SOBREVIVÊNCIA DO MERCADO CONCENTRADO NO PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DE TI!
Até onde o crescimento de investimentos e grande competição entre monstros da TI na construção do modelo e venda do serviço CLOUD COMPUTING não é mais uma demonstração de formação de grandes oligopólios (cartéis?) e talvez até monopólios com poder de reter e processar as informações mais críticas da vida no planeta?
Qual o nível de confiança necessário para conviver com esta “armadilha” potencial?
No fundo não acredito que em 3 a 5 anos tenhamos mais do que 5 a 10 grandes ” fazendas” ou ‘Estádios” de servidores nos “desertos” geograficamente dispostos concentrando tudo o que seja processado no mundo real e no mundo virtual , exceto as questões de segurança estratégica dos governos das nações desenvolvidas e seus segredos militares . O resto será vala comum ?!
Pois esta discussão tem incomodado e gerado muitas dúvidas. Pena que questões e dúvidas ainda são um privilégio das minorias. A Maioria segue o conhecimento convencional massacrados pelas mídias, e até pelas especializadas, pelos grandes especialistas e em breve, veremos , na academia e MBAs com a apologia da solução do Cloud como o de menor custo e maior segurança que se pode imaginar . Logo os Gerentes de TI e os CIOs do mercado ficarão todos constrangidos em questionar o que se trata da “grande sacada “ de manutenção da sobrevivência dos poucos fabricantes de servidores que sobraram depois da onda de M&A mais recente .
Sem dúvida para os que já alcançaram certo grau de desenvolvimento a opção de Outsourcing de seus Datacenters, Redes etc. , trouxe alguma economia que resultou provavelmente no Bônus de um ano que já se foi. Agora, a contratação do Cloud será a bola da vez e sem dúvida trará uma redução de custo que atendera um projeto de Short term Incentive program do ano 2012 ou 13 ou 14 para a maioria das empresas regidas pela meritocracia e pelos resultados crescentes a qualquer preço e a qualquer custo.
Portanto colegas de infra estrutura, ponham as barbas de molho pois o nível de automação dos campos de Cloud é absurdamente maior do que convivemos hoje nos Outsourcing ou Datacenters convencionais.
Algo de errado com isso? Entendo que o ganho de escala e a possibilidade de redução de custos não se discutem mais. A oportunidade é boa. Mas porque não discutir a tecnologia e a forma de fazer negócio com ela de forma aberta e clara? Porque temos que construir um conjunto falacioso de argumentos de desenvolvimento para entregar mais do mesmo em um pacote com cara de novo e fazendo isso porque achamos que no B2B, no negócio entre empresas as falácias fazem tanto efeito quanto os efeitos que movem as manadas no mercado financeiro e no mercado de consumo?
Parte disso é porque nós na posição de clientes permitimos e nos fazemos perceber como ingênuos e ignorantes. E talvez porque é mais fácil e menos arriscado seguir a onda sem questionar, ou porque estudar, analisar, questionar e aprender são coisas que dão trabalho e consomem tempo e exigem dedicação e perseverança.
No Outsourcing tão propagado e tão utilizado hoje levei uns 10 anos para encontrar um executivo que tinha outsourcing para oferecer que teve a coragem de dizer : Outsourcing é vantagem e gera redução de custo e de capital investido depois que sua instalação e rede e base de estações de trabalho estejam bem atualizadas e bem mantidas . Caso contrário o seu ROI será um horror e o payback não virá.
Quantos anos vamos consumir para descobrir que os custos invisíveis e a alta dependência de um CLOUD pode não ser tão compensador para a maior parte dos casos reais, que temos no mercado? Que somente um grupo menor de empresas em estágios de maturidade e desenvolvimento esteja realmente prontas para esta nova fase? Que esta fase é só uma nova forma de vender servidores, serviços e aplicativos de fluxos de dados e processamento para permitir que os gigantes globais sobrevivam mais uma década com ações na NYSE bem cotadas e valorizadas? Desde que o ciclo de lucratividade e vantagens comparativas entre produtos está terminando e exigindo maiores esforços de adição de serviços para percepção de valor não há muitas alternativas , não é ?!
Os pensamentos e questionamentos acima, aprendi ou reforcei aprendizados de uma vida, mas exercendo por 4 anos o papel de CIO de um Grupo de empresas que certamente enfrentará a discussão deste tema nos próximos 2 ou 3 anos, ou na primeira solicitação de Capex para renovar parque de servidores para seus sistemas integrados.
Marcos C Ribeiro