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Arquivo mensal: novembro 2011

Até a Administração de Empresas como carreira requer “saber escolher”

http://www.administradores.com.br/informe-se/noticias-academicas/lavando-a-roupa-suja-da-administracao/50209/#.TtZuIs-ffRg.email

O link acima me provou sobremaneira para estes comentários. Primeiro porque achei o artigo apropriado e bem colocado em especial quando milhares de pessoas estão em fase de vestibular e podem perfeitamente precisar revisar escolhas dentro de alguns meses. A evasão das universidades por má escolha entre 1o e 2o anos chega a 30% e isto dito por um diretor de uma das grandes, particulares.

Para as Universidades particulares isso não é problema, pois os alunos em geral mudam de curso na tentativa e erro e ao invés de ficar de 4 a 5 para graduação , ficam até 8 ou 9 anos. ( e não estou falando do profissionais de 29 anos que fazem FUVEST pela 2a vez para ficar na liderança de invasões de reitorias …).

Outro motivo para esta colocação, mas em total contraponto às recomendações prudentes do 1o link você encontrará no Blog do Prof Kanitz, abaixo, no artigo ” Você não entende nada de administração ” e com todo o respeito que tenho pelo mestre admito seu radicalismo e exagero quando defende posições em favor da classe que representa.

http://blog.kanitz.com.br/

Mas então porque tanta discussão para um curso que já foi chamado de Bom Bril, que foi cancelado no século passado e que hoje infelizmente exige até de recém formados com CRA na mão, um MBA que complemente o que não foi visto na academia no curso de graduação normal como já foi no passado?

Parte da explicação vem da decadência da qualidade do ensino no Brasil que não exime as Universidades deste processo. Parte vem da qualidade dos alunos que entram no 3o grau com uma base tão fraca do fundamental e secundário que o nível precisa cair sob pena de inviabilizar o seguimento do curso para a maioria. Exceção sempre serão os cursos de graduação mais disputados que no processo seletivo seja de ensino publico ou particular seleciona naturalmente os melhores em termos de preparo, conhecimento básico e conteúdo. Infelizmente não consegue peneirar por educação, vontade de aprender, vontade de trabalhar, ética e outros atributos que alguns consideram como educação básica, mas que deve vir de casa, pois esperar da escola é no mínimo uma utopia ingênua.

De qualquer modo as escolhas de carreiras profissionais podem e devem ser tratadas com mais cuidado desde a época da inscrição dos vestibulares, mesmo que depois de um equívoco na 1a escolha e fundamental que seja tratada adequadamente depois de graduado e no mercado de trabalho, ao menos para permitir alguma satisfação e realização no que será o seu trabalho, a possibilidade da paixão pela profissão e pelas atividades que exerce e, portanto a componente fundamental da intensidade com que se exerce a profissão e suas atividades como forma de continuo aperfeiçoamento de competências, habilidades e conhecimentos para a vida e para o trabalho.

Marcos da Cunha Ribeiro

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Publicado por em 30/11/2011 em Administração, Geral

 

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PORQUE A ALTERNATIVA DE EMPREENDER

Texto originalmente publicado como Newsletter da Carpsi em www.carpsi.com.br

Porque a alternativa de empreender

Marcos da Cunha Ribeiro

Cada vez mais se ouve falar de empreendedorismo, que o brasileiro tem um espírito empreendedor e que empreender é melhor do que ser empregado de alguma empresa.

Inegavelmente existem diversos bons argumentos para sustentar cada uma das posições citadas e inegavelmente também existem outros tantos bons argumentos para contradizê-las. Mas porque então levantar esta questão?

Porque por muitos anos depois do desenvolvimento dos mercados de trabalho no Brasil a partir da 2ª metade do século passado, houve certo esquecimento e acompanhado de acomodação quanto ao processo de empreender ao invés de empregar.

Esse movimento talvez possa ter acontecido em função da disponibilidade de oportunidades, uma vez que a noção da estabilidade que o emprego apresentava frente à alternativa do emprego no setor privado crescente, ou talvez   pelo processo natural de aversão aos riscos num momento em que o país apresentou uma economia inflacionária perversa, marcada pelo alto custo de capital e pela baixa disponibilidade de crédito – sempre atuante no contexto brasileiro -agravadas a partir dos anos 70 até o advento do plano real e seu posterior sucesso no controle da inflação.

Não foi por coincidência que as iniciativas de empreendimento nos últimos anos sempre foram ligadas a atividades de comércio, de preferência com baixo nível de formalidade, ou de serviços e em especial na área de consultoria.

Felizmente, a realidade do país e de sua conjuntura transformou-se fortemente  a partir da década de 80  e o  empreendimento ou o ato de empreender passaram a ter nova atenção da mídia, das academias e dos gurus do mercado. Pena que por conta disso não é permitido à opinião pública uma visão completa e realista desta transformação, ao contrário, firmamos mais um item do famigerado conhecimento convencional.

O recente ingresso da nova classe média ascendente, o consumo em alta e o quase pleno emprego que vivemos no Brasil nos últimos meses e que vamos ainda viver por mais alguns anos, pelo menos, certamente tem sido mais um impulso importante para a atração das atenções de muitos brasileiros para o sonho de ter seu negócio próprio.

Oferta de crédito a custo razoável para os padrões brasileiros, simplificação da burocracia e custos de abertura de empresas, seja pelo Simples (Empresa limitada regida pelo lucro presumido), ME (micro empresa) ou a mais recente inovação governamental, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (lei 12441/2011), tem sido mais alguns dos fortes motivadores para a escolha de empreender.

Mas e o indivíduo e sua escolha? Como fazê-lo de forma adequada e satisfatória no longo prazo, como fazer do empreendimento uma carreira e um plano de vida sustentado por um negócio próprio?

A quem diga que empreender requer uma vocação e, portanto somente os vocacionados teriam melhores chances de sucesso. Mas há também quem diga que qualquer pessoa com muita vontade, muito trabalho e muito esforço será bem sucedida em seu empreendimento, portanto, há controvérsias.

Em geral as histórias de sucesso permeiam a mídia, a literatura especializada e também os famosos cases estudados nas faculdades e MBAs da vida. Infelizmente pouco se fala das histórias de insucesso, frustração, perdas econômico-financeiras ou decepções curáveis somente com muito tempo e outros custos.

Vez por outra sabemos, pelas poucas estatísticas existentes, que 80% dos novos empreendimentos fracassam antes de completar seu 2º ano de vida. Índice renitente e bastante alto e que merece uma avaliação mais profunda a respeito das raizes deste infortúnio para, a partir deste ponto poder pensar sobre a possibilidade se inclusão em grades e currículos dentro do programa de uma cadeira que trate adequadamente desta alternativa de geração de trabalho, riqueza para a economia e de auto-realização para o indivíduo.

Entendo e apoio as iniciativas das diversas faculdades de administração ou engenharia com suas áreas extracurriculares que incluem incubadoras de empresas, empresas juniores e outras iniciativas. (visite www.endeavor.org.br ou www.santanderempreendedor.com.br, por exemplo).

Ser empreendedor implica em, com ou sem vocação, ter desenvolvidas um conjunto de competências específicas que sem elas o risco e chance de insucesso são muito grandes. Este conjunto de competências pode ser ampliado conforme a visão do avaliador e do avaliado, mas existe um consenso razoável quanto a algumas que seriam essenciais, entre elas: visão estratégica e de contexto, gestão de demandas, flexibilidade, acompanhamento e controle, intensidade de trabalho, gestão da inovação e ambição (no sentido de auto motivação).

Podemos acrescentar ainda a persistência e perseverança como qualidades de perfil desejado. Se competências podem ser desenvolvidas a qualquer tempo desde que suportadas por autoconhecimento e um bom plano de autodesenvolvimento, qualquer pessoa com vontade de fato pode se desenvolver para empreendimentos.

Um fato interessante para ser considerado é que atualmente boa parte das corporações procura para seus colaboradores e líderes características de empreendedores a ponto de serem já chamados de empreendedores corporativos. De fato procuram um conjunto de características de perfil e competências para que exerçam nas corporações atividades com desempenho de empreendedores. Ou seja , comportamentos e atitudes observáveis que demonstrem claramente que gostam do que fazem, tem controle total da decisão e implementação, auto gerenciados e, portanto altamente comprometidos com os objetivos e seu trabalho. Esses empreendedores olham para a empresa como se fosse seu próprio negocio alem de apresentar proatividade, iniciativa e dedicação superior. Se, portanto saber empreender passa a ser uma competência corporativa desejada e desejável como parte da estratégia de recursos humanos, o que dizer então daquele que se aventura em uma iniciativa de empreender seu próprio negócio.

Uma possível conclusão que não pretende esgotar a discussão do tema seria que: os conhecimentos para um empreendedor podem e devem estar disponíveis nas diversas formações formais seja a mais generalista como a administração, seja nas mais especialistas como as diversas graduações técnicas da engenharia, finanças entre tantas. Porem, é imprescindível acrescentar a experiência em gestão (ou considerar o custo e risco do aprendizado pela tentativa e erro) e um desenvolvimento consciente das competências essenciais para o desempenho gerencial com sucesso, neste caso competência como conjunto de habilidades, comportamentos, praticas e conhecimentos que se possam observar nas entregas que certamente deverão existir, portanto,  empreender é preciso, seja na organização corporativa , seja para desenvolver um negócio próprio. É uma alternativa de carreira que deve ser considerada; se empreendedor corporativo como forma de acelerar carreira e sucesso de realização e fundamentalmente como fator diferencial de entrega de resultado e, portanto de progresso profissional na organização; se empreendedor para negócio próprio como decisão consciente de realizar o sonho e objetivo de implementar uma empresa de sucesso e existência sustentável mas partindo da premissa de que não basta querer mas também aplicar o esforço em se desenvolver como empresário alem de executivo.

Por fim, empreendedorismo não é uma cadeira universitária ou uma matéria de faculdade. Empreendedorismo diz respeito ao conjunto enorme de conhecimentos multidisciplinares atrelados a um conjunto mínimo de competências, habilidades e comportamentos que, em sua intrincada intersecção, podem resultar no empreendimento bem sucedido em qualquer contexto e conjuntura.

Boa Sorte aos que escolherem empreendedorismo como carreira e forma de prosperar.

Marcos C. Ribeiro

Agosto de 2011

 
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Publicado por em 30/11/2011 em Administração

 

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Apagão de Mão de Obra e de Talentos

Muito tem se falado sobre um apagão de mão de obra e de talentos …

Recentemente foi publicado o resultado estatístico de testes de português aplicados aos candidatos a estágios das mais diferentes modalidades em amostragem significativa de mais de 8000 testes. O resultado pode ser visto no link anexo . Porém o que me aflige é que a tendência de perda de qualidade alem da falta de quantidade é gritante e crescente. O que será o resultado aplicado nos próximos 3 ou 5 anos com os alunos vindos do ensino fundamental já no critério vigente de progressão automática e ausência de provas ?

http://www.administradores.com.br/informe-se/noticias-academicas/estagio-quase-50-dos-candidatos-demonstram-nao-dominar-lingua-portuguesa/47668/#.TmTPVVGiA9M.email

Exame edição 1000 – China em 2015 com menor oferta de MO do que o país pode ofertar com deficit de até 50 milhões de trabalhadores.

Callaghan afirma que a falta de mão de obra qualificada é global. “Na Austrália, por exemplo, algumas indústrias como a de mineração têm recursos e dinheiro, mas não trabalhadores”. Já Julius Z. X. Liu, que comanda a delegação de Taiwan no evento, diz que a questão é ainda mais grave em seu país, devido ao alto número de fábricas e indústrias. “Formar pessoas capazes de realizar trabalhos técnicos tem de ser prioridade. Produzimos, por exemplo, grande parte dos componentes eletrônicos de computadores e telefones celulares que são vendidos em todo o mundo”, explica.

Em sua opinião, o problema da atração e formação de jovens em cursos técnicos tem raízes profundas e é difícil de ser solucionado. “As escolas têm professores desatualizados, equipamentos ultrapassados e modelos antiquados. Por outro lado, a tecnologia muda todos os dias. Desse modo, é preciso ensiná-los a pensar e a encontrar soluções, não apenas a operar máquinas”, pondera.( Jornal Valor de 10.10.11 -Jovens fogem da carreira técnica)

Técnicos estão sendo “importados ” do Chile e outros países da América Latina , engenheiros e especialistas em TI virão do China ?

Houve recentemente um evento sobre o tema e dele me impressionou a percepção de áreas de governos como a Secretaria de desenvolvimento econômico e trabalho do Município de São Paulo quando seu
representante disse:

” Não vivemos um apagão de mão de obra ou talentos somente , mas vivemos um apagão de educação e de gente com vontade de trabalhar” !!! Isto em parte sustentado pela experiência de que nos programas de
inserção de pessoas no mercado de trabalho com verbas federais e pagando até quase R$600,00 por mês para as pessoas estudarem um pouco para poderem ser selecionadas em empregos básicos , a evasão já é de mais de 30% no primeiro mês.

Bem isso é MOD de base!?

Pois bem. Vejamos o que disse o Prof. Dr. Cardoso, Diretor da Poli USP: nas diversas escolas de engenharia do Brasil temos algo como 34 mil vagas por ano. Nos vestibulares preenchemos somente 27 mil, mas agora vem o melhor, por ano só se formam 7 mil engenheiros para uma demanda anual de 13 mil novos engenheiros no Brasil, pelo menos.

De outro lado ficou patente que para selecionar e atender demanda as empresas estão construindo modelos de seleção e treinamento cada vez mais sofisticados e mais caros obviamente.

O custo Brasil dentro de 1 a2 anos não será somente infra-estrutura precária, portos ineficientes, impostos e encargos acima da média mundial , mas terá também certamente uma inflação crescente nos salários das funções mais disputadas , e um custo de incremental 3 a 4 % do custo total da produção  para compensar a qualidade de qualificação e capacitação decrescentes para os que queiram manter produtividade e competitividade adequadas em mercado global. Se você é empresário pense nisso e antecipe soluções paliativas.

Os EEUU não estão muito diferentes disso. Os asiáticos serão uma fonte real de sustentação dado que já escolheram a educação como solução há mais de 20 anos. Nós se de fato escolhermos isso agora, dentro de 20 anos podemos reverter o cenário.

O cenário infeliz e mais provável é de uma redução na velocidade do crescimento e como conseqüência uma redução na pressão do apagão; e não será por falta de investimentos em infra-estrutura como alguns
especialistas já falaram tão insistentemente. Será porque negligenciamos a educação fundamental e secundária há mais de 40 anos por medo de ter nosso povo capaz de entender e questionar os destinos da nação e fazer melhores escolhas nas eleições e seus destinos políticos e sociais.

Será também porque negligenciamos por muito tempo a formação técnica média privilegiando um pseudo 3º grau decadente. Hoje um MBA não é mais do que uma compensação de um curso de administração decadente se comparado ao que se tinha como currículo básico nos anos 70 ou 80. É também um novo business
inegavelmente com milhares de estudantes buscando uma complementação que se oferece aos módicos R$ 20 ou 30 mil por ano e que as empresas desesperadas colocam como pré requisito, dada a baixo qualidade da média dos recém formados na graduação.

O sistema S é bom e subsiste porque é compulsório por lei e sustentado como custo ou imposto, pela indústria e comércio, mas é pouco! As Fatec de São Paulo , em franca expansão uma exceção à falta de previdência nesta área. Pode ser parte da solução ao menos no sudeste do Brasil.

O cenário de o Brasil continuar a crescer 4 ou 5 % ao ano daqui pra frente vai esbarrar na falta de infra-estrutura, falta de gente , falta de competitividade de custos para mercado global, falta de governo correto
e honesto , falta de legislação moderna , falta de uma CLT mais flexível, falta de um empresariado mais atuante e menos subserviente a custas de subsídios e favores tributários, e falta de uma cultura baseada em valores sólidos dos quais , pela amostra recente de nosso congresso, executivo e até alguns do judiciário , estamos muito longe de conseguir.

O complemento desta idéia em termos de oportunidade para os interessados em desenvolver suas carreiras de forma pujante na próxima década está no newsletter de novembro de www.carpsi.com.br.

Este newsletter também aborda uma questão colocada quanto ao potencial das pessoas neste cenário. Potencial existe e não existe apagão de potencial. Existe quem sabe oportunidades individuais de empresas e até governos locais para disponibilizar meios de fazer este potencial ser de fato aproveitado enquanto o apagão real de mão de obra , talentos prontos e vontade de trabalhar geram custos que possam ser aceitos pelos benefícios destes esforços .

Em tempo , ainda hoje pela manhã ouvindo noticiário , a falta de mão de obra para final de ano está confirmada nas vagas em aberto e não preenchidas em shopping do país inteiro. Falta também gente que queira trabalhar nos finais de semana.

Estamos realmente em outro mundo !

Planeje sua vida, planeje sua carreira e seja feliz porque os ventos são favoráveis para os que forem perseverantes e persistentes. Haverá espaço para todos porque o Brasil contratou um apagão de Talentos que veio pra ficar!

Cuide-se e olho vivo!

Marcos da Cunha Ribeiro

 
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Publicado por em 04/11/2011 em Contexto, Economia

 

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