Devotio de Natal de 2023 na Igreja Presbiteriana do Butantã
Marcos da Cunha Ribeiro com Base em Eclesiastes 3; 1-8
¹ Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu:
² tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou,
³ tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir,
⁴ tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar,
⁵ tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter,
⁶ tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de lançar fora,
⁷ tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar,
⁸ tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz.
Passadas as festas de Natal onde rememoramos o nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, o Deus encarnado, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, por uma mera, convenção histórica ocidental ocorreu no último dia 25 de dezembro. Agora nos preparamos para comemorar a passagem do Ano Novo, ano calendário ajustado desde a tradição Romana e revista pela Igreja primitiva e aceita pela maior parte do mundo de religião Cristão, chamado calendário gregoriano. Novamente falamos do tempo cronológico. Tempo que a Terra dá a volta em torno do sol, em sua órbita que já inspirou lindas músicas. (“Se oriente rapaz, pela rotação da terra em torno do sol.-Gil” Enfim o tempo cronológico nos desafia e quase nos domina:” És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho, tempo , tempo ,tempo, vou te fazer um pedido , tempo ,tempo , tempo, tempo ….Caetano “
Mas Eclesiastes nos convida a pensar em outro tempo. O tempo de Deus! Este tempo de Deus é também chamado de tempo oportuno, Kairós, no grego. E quando pensamos no tempo de Deus devemos lembrar da vida do Cristo, da sua ressurreição e tempo esperado de sua volta prometida. Sim é o tempo Kairós.
Mas a interpretação hebraica nos dá mais alguns ingredientes importantes para a vida aqui e agora: o tempo é pessoal. O tempo não é um recipiente infinito ou uma constante incolor em branco. É moldado pela ação e decisão humana e assume diferentes tonalidades, dependendo do que somos chamados a fazer.
Para a filosofia grega, que tanto influencia nossa teologia cristã atual, kairós simbolizava a ideia de tempo momentâneo, uma oportunidade ou um período específico para a realização de determinada atividade, por exemplo. Kairós não era entendido como um tempo cronológico, mas sim como um momento no presente ideal para algo.
Para Pensar: Enfim pensar em Eclesiastes 3;1 a 8 hoje nos desafia a pensar que o tempo de hoje, nos chama a agir na certeza de que Deus, o que quer façamos, nos suporta a acompanha. Não entrega nada pronto, mas está conosco para realizarmos o que precisamos e até o que queremos dentro de sua vontade.
Temos que assumir o tempo de fazer o que quer que tenha que ser feito pois Deus está conosco.
Não tentemos fazer sozinhos, mas na companhia e suporte de Deus pois: “Deus fez tudo apropriado para seu devido tempo. Ele colocou um senso de eternidade no coração humano, mesmo assim ninguém é capaz de entender toda a obra de Deus do começo ao fim “Ecl. 3:11
Oração: Pai de Amor, Jesus Amado e Espírito Santo que nos acompanha, faz-nos entender e enxergar cada vez mais o Kairós nos tempos de hoje e que isso nos mobilize mais do que nos deixe inertes e com medo. Nestes tempos onde, até nossa fé e prática possam ser colocadas sob ameaças reais, onde tempo de trabalho consome tempo de convívio em família, entre irmãos e até do descanso ou meditação, e onde o tempo é escasso para tanta coisa que o tempo para viver em paz, costurar, rir, dançar fica ausente ou escasso, que o Espírito Santo nos faça ver as oportunidades de balancear o tempo a despeito de tudo e encontrar o tempo de amar à todos, a família, irmãos na fé , e até os inimigos . Em nome do Jesus que nasceu para nos Salvar, seu Filho! Amém