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Dos riscos de apagões e racionamento de energia – Desta vez não esvaziaram Furnas.

17 fev

Tudo começou com uma troca de e-mails sobre a falácia da produção de petróleo do Pré Sal da Petrobrás do PT ! O interessante é que só falamos da fonte de energia dos chamados combustíveis fósseis .

Mas veio a pergunta de um primo querido que também é atuante nas questões ambientais :

Será que não deveremos partir mesmo para a bioenergia (cana, babaçu, etc…), além da eólica e solar?

Ou teremos de encarar a energia nuclear …

Respondi rapidamente mas acredito que é uma leitura realista do contexto e do cenário da geração de energia elétrica no Brasil de hoje e do Futuro . Logo depois disso li a ultima página da ultima edição de Exame e li o que o Professor Goldemberg falou na entrevista : ” Na prática já vivemos um racionamento !!”

Resposta para sua eventual curiosidade :

Nosso problema me parece ser outro , mas seguem alguns dados importantes :

 

Eólica no Brasil tem potencial limitado pois depende de ventos contínuos para ser eficiente e ter custo benefício compatível. Mesmo assim nossa maior instalação no CE está sem produzir porque a CHESF não construiu as linhas de transmissão . São vários M Watts disponíveis e inúteis.

 

Bio Energia já é realidade onde existe a possibilidade , assim mesmo as políticas de intervenção do governo mantem o etano com baixa rentabilidade para teoricamente conter a inflação ( falácia) e para manter refinarias da Petrobrás ativas , mas o tiro saiu pela culatra com o aumento de consumo e necessidades de importação , e agora com o cambio ainda apreciado mas mais realista ! Petrobrás via se esvaindo aos poucos.

 

Solar tem soluções mais interessantes para pequenos consumos. As células solares e geração de energia em pequenas porções em breve poderá ser útil para uso residencial e até fornecer excedente para as distribuidoras mas precisa que Aneel e legislação acompanhem as possibilidades o que não me parece ser boa expectativa pois as” Anateis a Aneeis” também estão aparelhadas pelo partido dominante do poder atualmente ..

 

Energia nuclear limpa é viável e realidade em todo o hemisfério norte ocidental mas depende de investimentos grandes e de infraestrutura , o que não tem sido o forte da nossa linha política de governo atual. Não tenho muitas esperanças de solução nesta linha nem nos próximos 10 anos !

 

Hidroelétricas no N do Pais estarão entrando no sistema com atraso mas vão segurar a barra por algum tempo. Mas sem linhas de distribuição e inteligência de distribuição dos excedentes vai haver racionamento e apagões …

Neste ínterim as termoelétricas a gás ou mesmo a óleo combustível podem ajudar e muito . No apagão do FHC ( provocado com o esvaziamento de Furnas de propósito… aliás !) foram viabilizadas mais de 40 termoelétricas mas acredito que só a metade saiu do papel . São investimentos unitários menores e de fácil localização regionalizada. O custo é maior do que a energia hidro mas é mais baixo do que todas as outras.

 

Pegar de volta Os G Watts que fornecemos para AR seria um problema e continuar a pagar mais caro para as sobras dos Paraguaios de Itaipu já é parte da solução insuficiente de hoje.

 

Crescer a mais de 4% ao ano no PIB ter em breve um novo contingente de classe média comprando aparelhos de AC para suas casas é caos no suprimento antes que qualquer solução bem planejada possa ser implementada . Como Planejamento não existe no Brasil há mais de 12 anos podemos saber o que nos espera.

Boa sorte para todos nós !

 

 

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3 Comentários

Publicado por em 17/02/2014 em Contexto, Economia

 

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3 Respostas para “Dos riscos de apagões e racionamento de energia – Desta vez não esvaziaram Furnas.

  1. Celso Miori

    17/02/2014 at 22:39

    O não investimento em refino, pela Petrobrás, é outro grave problema, dentro do cenário acima desenhado. A empresa entendeu que refino é um mero detalhe e que não valia a pena se preocupar com esse tipo de coisa. Abs

     
  2. Leonardo

    20/02/2014 at 10:01

    A geração de energia limpa é um caminho inevitável, porém o que deve determinar qual estrada tecnológica tomar é a matriz energética de cada país, o que acontece é que devemos pensar também em macro regiões, exemplo nordeste eólica e solar, sul e sudeste hidro…

     
    • Marcos C. Ribeiro

      20/02/2014 at 13:06

      Concordo mas veja que no NE temos uma linda instalação eólica inútil por falta de investimento em transmissão.

       

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