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Arquivo da categoria: Administração

Desenvolvimento de Competências e um Plano de Desenvolvimento Individual – Conceitos e convicções.

Aos colegas que desenvolvem um PDI (Plano de desenvolvimento Individual) que não é uma mera lista de treinamentos em cursos formais! (1)

Uma conceituação atual, moderna e correta no meu ponto de vista segue abaixo com suporte também de algumas matérias recentes publicadas  , entre elas Carlos Hilsdorf, Eugênio Mussak , Luiz Carlos Cabrera, Vick Bloch  e outros :

Uma colocação muito simples é justamente definir competência como “naquilo que sou bom”, mas do ponto de vista do outro! Naquilo que os outros reconhecem e declaram que sou bom!

Mas esta simplicidade não é suficiente para um trabalho individual e ou coletivo, operacional e ou estratégico, no que se refere a necessidades presentes e futuras do indivíduo e ou da organização.

Para o sociólogo francês Philippe Zarifian, competência é “tomar a iniciativa e assumir a responsabilidade diante das situações profissionais com as quais nos deparamos. Consiste em um entendimento prático de situações, que se apoia em conhecimentos adquiridos e os transforma à medida que aumenta a diversidade de situações”.

Competência pressupõe uma ação que faça diferença onde for aplicada! Portanto agrega valor diante de novas situações, nos processos e nas decisões.

Assim, podemos compreender a composição do conceito de competência, através de critérios objetivamente mensuráveis, como o exercício proativo e simultâneo de:

1.Saber conceitualmente (qualificação) – conhecimento
2.Saber fazer (experiência funcional) – habilidade
3.Saber agir (capacidade de obter resultados) – atitude

Portanto, competência pode ser entendida como uma ação fundamentada e assertiva frente a novos desafios! Esta ação dever agregar valor econômico para a organização e social para o indivíduo. Competência é um potencial disponível para enfrentar os desafios futuros.

Competência é a qualidade de ser adequado e bem qualificado física e/ou intelectualmente frente a desafios. É a capacidade de tomar decisões bem informadas e coerentes. Contempla grupos de habilidades, atitudes e conhecimentos necessários para a realização eficaz de tarefas. Refere-se a ações e comportamentos identificados pelas lideranças como efetivas contribuições na implementação da mudança; estes comportamentos são necessários para um desempenho satisfatório ou excelente em qualquer desafio profissional.

Por isso é possível medir tecnicamente em testes especialmente desenvolvidos para isso e com excelente grau de precisão.

Por isso também todo resultado não tem certo ou errado, mas somente um retrato de momento para desenvolvimento de um plano, que foque a evolução do indivíduo no desenvolvimento de competências, em qualquer tempo, idade e momento de vida.

O conceito de competências no RH e no desenvolvimento de pessoas e organização cresceu em uso e conceituação a partir dos anos 70 com saltos interessantes nas décadas de 80 e 90 e estas evoluções permanecem válidas e validadas.

Um acréscimo do início do século XXI veio com Eugênio Mussak que acrescentou conceito adicional de Meta Competência para aquilo que vai além do mensurável normalmente e contempla alguma capacidade individual e específica para superar a normalidade com, por exemplo, algumas características que seriam um turbinamento das competências. Exemplo na conjugação com alguma inteligência superior a média (digo alguma, pois hoje a inteligência já está sendo estudada em mais de 10 inteligências ou segmentos diferentes !) Diferencial Meta também seria a componente de entusiasmos , paixão , intuição adicionadas as competências deste indivíduo. Ouso dizer que o crescimento do nível de consciência do indivíduo na práxis do pensar e fazer e vice e versa é uma Meta Competência.

A atitude de ampliar continuamente suas competências será sempre a maior competência de todas elas e inclui disposição, vontade, disciplina, persistência,  mas depende fundamentalmente de auto motivação para o auto desenvolvimento (auto gerenciado no tempo!), e ambos os fundamentos dependem do autoconhecimento.

Por isso o desenvolvimento de competência é possível, necessário, desejável. Não para o presente somente, mas para o futuro de cada um e onde quer que estejamos atuando! Não tem limite de idade e não precisa parar na aposentadoria!!

O Coaching tem o papel de suportar e facilitar o entendimento, o autoconhecimento, a montagem do PDI e seu monitoramento até que o autogerenciamento e o autodesenvolvimento estejam incorporados no indivíduo.

É por isso que a distinção entre Coaching, Mentoring e Tutorial é importante, mas isso fica para outra ocasião!

Se precisar de algum esclarecimento é só perguntar!

Vamos em frente!!!

Marcos C. Ribeiro

 

PS: texto desenvolvido para orientar e motivar gerentes e diretores de uma multinacional em um amplo programa de desenvolvimento de competências individuais na direção de competências organizacionais estratégicas definidas quando o Plano Estratégico de cinco anos incorporou definitivamente a componente de pessoas (Recursos Humanos naquele tempo!) como fundamento estratégico para o Sucesso do negócio. Serviu de base conceitual para desenvolvimento de atividades de Coaching e Mentoring que fazem parte do meu cotidiano desde então.

(1) O tom crítico ao longo do tempo de confirmou oportuno e permanente dado que a maioria dos processos de avaliação de resultados e competências das empresas acabam em um PDI formalizado e registrado no RH que não passam de uma lista de cursos formais e algumas atividades “on the job”, o que limita sobremaneira a possibilidade de desenvolvimento das competências gerencias e executivas, e por que não , as de especialista também. Não invalida de forma alguma a eficiência dos treinamentos formais como elementos de desenvolvimento de competências técnicas.

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Publicado por em 06/06/2016 em Administração, Geral

 

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O Homem Político – A troca de textos é um diálogo de “mundos”

“O homem político é também ator, na boa e grande acepção desta palavra; ocupa um teatro, o teatro dos serviços públicos, das assembleias parlamentares, dos altos postos de governo, na situação eminente em que a vida exterior do homem se acha exposta aos olhos dos seus concidadãos.”

Rui Barbosa

 

O pensamento correto, de Rui Barbosa, não agrada, pois não deveria ser assim, mas de certa forma muitas linhas de RH entendem que existem mascaras que cada indivíduo usa enquanto no ambiente de trabalho ( conceito de persona). Seja no esforço de adaptação e sobrevivência, seja por ser politicamente correto , seja por ser imposto um determinado protocolo de comportamentos esperados conforme posição, função.

Em geral se perde transparência, sinceridade, objetividade e porque não dizer honestidade. Daí surgem os conflitos de valores, estresse, crises de carreiras, recalques sobre traumas gerados pelo confronto direto ou indireto, com o status quo do coletivo (pares, subordinados e relações diagonais) e mais ainda no vertical com superior direto.

O esforço de adaptação cria gradualmente as somatizações características de cada um no médio e longo prazo e deixa sequelas tanto no corpo e seu metabolismo quanto na psique pelos traumas a serem depois trabalhados com esforço e suporte, se o objetivo for recuperar equilíbrio com qualidade de vida.

Interessante que a percepção do Rui Barbosa demonstra que o ambiente da política nas empresas em geral, onde o poder é disputado em sistemas mais funcionais ou mais participativos, ainda trás nos dias de hoje influência cultural dos modelos coloniais de governo e gestão pública.

Minhas observações ficam no âmbito da política como base da expressão e evolução das relações humanas na busca de convívio sadia e negociação permanente de espaços, liberdades e poderes de influência ainda dentro de um conceito aceitável e ético. Não vou abordar a “politicagem” que infelizmente graça e infesta os ambientes públicos e privados também.              (haveria que considerar também outros “atributos” da natureza humana que não caberiam neste contexto).

 

Marcos C Ribeiro

PS: 1. Em algum momento do final de 2010, antes deste blog existir, mas era já um aquecimento !

2. O texto foi um resgate de alguns anos, mas me pareceu muito atual, além do primeiro comentário que posto em homenagem a um grande amigo de deliciosas discussões. Saudades de Esdras Costa.

 
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Publicado por em 31/05/2016 em Administração, Filosofia

 

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Marketing Industrial – Uma experiência de quase 20 anos.

EntrevistaMarcosRibeiro-dez2004

A entrevista do anexo foi feita para a Revista da ABTG , Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica no final de um ano muito especial para mim e para a empresa onde eu trabalhava.

A entrevista me foi resgatada por Viviane Pereira que na época era jornalista e atuava na ABTG e que hoje é minha cliente . Foi uma feliz sincronicidade .

Mas a motivação de compartilhar o texto da entrevista agora , com vocês que me acompanham, pleno final de 2016, é por conta de dois fatores muito importantes.

O primeiro é que vivo o Marketing Industrial no Brasil , e tento acompanhar um pouco dos progressos no hemisfério norte, nestes quase 20 anos desde que fui apresentado ao Instituto de Marketing Industrial em 1996. Os resultados das aplicações e experimentos com os conceitos do Marketing Industrial na Moore e depois RRDonnelley Moore foram simplesmente fora do comum e do convencional.

Particularmente na entrevista abordando o momento de fusão entre a RRD e a Moore num esforço fantástico de um time fantástico que virou o jogo em menos de 9 meses. Só para se ter uma ideia a RRD no Brasil vinha com Cash Flow negativo e a fusão foi aprovada para execução a partir de Abril de 2004 . Em julho de 2004 o Cash flow já era positivo , e o EBIT passou a positivo no 4o trimestre.

Porem não houve destruição de valor mas seleção de clientes , não houve insatisfação de clientes leais mas valor percebido crescente para relações significativas e duradouras , suportadas por conduta ética exemplar. O lucro no final foi admirado e merecido . As duas , Moore e RRD , em uma nova RRD Moore era e permaneceu Empresa Válida .

Neste período a Abraform já vivia com o fantasma da chegada da Nota Fiscal Eletrônica , mas era uma Associação onde os  modelo de gestão e programas fez com que houvesse conhecimento compartilhado sempre , promotor indiscutível de evolução deliberada para todos os concorrentes , em ambiente de cooperação e concorrência cada dia mais leal. Marketing Industrial foi tema de nosso congresso anual , Formstech .

A Abraform , com base em todos os conceitos já citados também trouxe à discussão o futuro do setor e propôs revisão estratégica para todos os associados. Quem teve ouvidos para ouvir , ouviu .

Por outro lado em pleno 2016 , acompanhando o mercado gráfico, lendo matérias e análises de colegas do setor , me entristece sobremaneira ver que as inovações de modelo de pensamento e gestão setorial da Abraform ficaram perdidos e o cenário e contexto que na entrevista estava claro , infelizmente ainda permanece o mesmo. A comoditização do mercado é crescente , excesso de capacidade e decisão com base em preços , o Foco do Cliente relegado ao 3o plano e assim por diante.

Acorde Industria Gráfica. O Marketing Industrial existe também para você! Acordem executivos e empresários da Industria Gráfica. O Marketing Industrial bem estudado e aplicado pode ser a melhor alternativa para vocês !

Às vezes falamos que “parece que foi ontem ! Alguns anacronismos de nossa industria reforça este sentimento ! Parece que foi ontem mas ainda é hoje e assim o querem manter para o amanhã .

O final da história vem se repetindo a cada caso de gráficas conhecidas que fecham ou sobrevivem à míngua.

Acordem !

Marcos C Ribeiro

 

 

 

 

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Minha Experiência com Estresse !

Texto publicado também como newsletter do site http://www.carpsi.com.br , em uma série de análise sobre o tema com vários autores e coautores.

 

Fui executivo por mais de 35 anos e na maior parte do tempo em empresas multinacionais americanas. Minha carreira pode ser considerada de sucesso uma vez que na média, a cada 2 anos eu recebia convite para novas funções e responsabilidades , promoções laterais , diagonais e verticais e que culminou com a função de CEO da subsidiária brasileira de uma das empresas , a mesma onde permaneci por mais tempo e que o cargo de Presidente foi também o cargo onde permaneci por mais tempo.

Tudo isso tem seu lado muito bom de realização profissional, sustentabilidade econômico financeira da vida e da família, muitas histórias para contar. Mas tudo isso também tem e teve, no meu caso, um custo razoável.

O estresse em níveis normais é inerente do ser humano e de certa forma é parte de nosso comportamento programado, para sobrevivência. Nível de prontidão, respostas às ameaças, reação positiva ao estado de medo etc….

Na vida executiva há quem acredite que um nível de estresse elava a produtividade do profissional.

Talvez seja verdade.

O problema é que o sistema de gestão de pessoas, estabelecimento de metas e cobrança destas metas, sempre crescentes, leva os profissionais, em geral, a um nível muito elevado de estresse , de forma permanente . Isso é , o nível de adrenalina no organismo vive acima da média . O Cortisol entra em cena para nivelar as coisas e também vive em porções elevadas neste mesmo organismo. Tudo se desequilibra. Enquanto o organismo tenta se reequilibrar suas energias são devotadas aos desafios e conflitos que o modelo impõe. Logo o cérebro é ocupado e treinado para reagir ao desequilíbrio e manter o estado de prontidão e de coragem.

Neste momento não há pratica de atividade física que resolva . Ameniza mas não resolve . Não há Lexotan ou Rivotril  que resolva . É bem complicado.

Os sintomas de estresse crescente vem em geral , ou pelo menos no meu caso ,  de aumento da disposição para horas adicionais de trabalho, ritmo acelerado de raciocínio e estudos para solução de problemas ,  tempos adicionais dedicados às pessoas da equipe , de modo a manter a motivação elevada , espírito de equipe forte, e portanto performance e entregas também de acordo com o planejado.

O tempo é disciplinado para o trabalho e para os projetos . O tempo é indisciplinado para a vida pessoal e familiar.

A alimentação perde a disciplina , em  termos de horários , quantidades e mesmo na composição mais ou menos saudável.

O sono pode sofrer na qualidade , pois na quantidade é certo que sofre.

Em breve o organismo de cada um reage de sua própria forma.

No meu caso as descargas de adrenalina involuntárias vieram cada vez maiores e mais frequentes , sempre abdominais , portanto sem a taquicardia muito comum para muitos.

Em seguida as descargas de adrenalina passaram a ocorrer justamente no momento de relaxamento para dormir , já deitado e em fase de buscar o sono. Neste momento um fenômeno adicional veio . Eram os formigamentos  no do lado esquerdo do corpo desde a face até o pé . Nem preciso dizer que esta sensação te faz pensar no pior . Fui até a Cintilografia com esforço para saber que não era cardiopatia !

Na evolução do quadro a pior sensação viria em seguida . Na hora em que eu estava quase dormindo , portanto com as ondas cerebrais provavelmente em Alpha , a sensação de que eu sairia do meu corpo , pela cabeça , só aumentava a adrenalina e a sensação de medo , do desconhecido. Alguém me falou para deixar sair que eu voltaria. Não consegui. Era começar a sair pela cabeça e eu acordava e me sentava na cama . Pode imaginar o sono reparador quando vinha ? só depois de passar estes efeitos !

Alguns tem no pico do estresse o chamado Burnout . Mas outros seguem como a hipertensão  , é invisível no começo até que vem para balançar as estruturas.

Acho que Estresse normal realmente é bom e saudável mas passar do ponto não é recomendável para ninguém . Se ele vem de ansiedade , trauma , medos ou ameaças , só é importante salientar . Trabalhar fazendo o que te realiza e que gosta , até 14 ou 16 horas por dia não gera Estresse . Quem gera estresse são componentes do sistema de gestão e do clima da organização e por vezes a cultura. Outro ponto gerador de estresse feroz é o conflito de valores entre você e a empresa ou você e seu chefe . Evite isso !

 

Marcos da Cunha Ribeiro

 
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Publicado por em 21/08/2015 em Administração, Geral, Pessoal

 

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